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CPMI rejeita convocação de comandante da Força Nacional, e comissão caminha para encerramento

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Em um início de sessão tumultuado, o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), colocou em votação o requerimento apresentado por parlamentares de oposição para convocação do coronel Sandro Augusto Sales Queiroz, que era o comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional na época dos ataques. O requerimento acabou sendo reprovado por 14 votos, contra 10 favoráveis à aprovação. 

 

A CPMI se reuniu nesta terça-feira (03) para ouvir o depoimento do empresário Argino Bedin. Conhecido no Mato Grosso como “pai da soja”, Bedin é sócio de pelo menos nove empresas, e teve as suas contas bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário foi convocado por ser investigado como possível financiador dos atos antidemocráticos em Brasília.

 

Antes do depoimento do empresário, o presidente da CPMI colocou em votação o requerimento de convocação do coronel Sandro Augusto, após ser criticado por membros da oposição por não ter agendado o depoimento do general Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro, e teve cancelada sua oitiva na comissão que seria realizada na próxima quinta (5). 

 

No início da sessão, Arthur Maia informou que marcou para esta quarta (4) uma reunião interna entre os integrantes da CPMI para definir procedimentos para a leitura de relatórios, votação final e encerramento da comissão. Com a rejeição da convocação pretendida pela oposição, dificilmente serão votados novos requerimentos, já que o presidente da CPMI havia alertado os parlamentares de que só colocaria em apreciação outros pedidos se fosse atendida a convocação do comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional. 

 

Os parlamentares da bancada governista tentaram argumentar que a CPMI precisaria ainda ouvir o almirante Almir Garnier de Souza, ex-comandante da Marinha que supostamente colocou a tropa à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um golpe de Estado. Os governistas também tentam aprovar requerimentos que deem acesso à comissão dos relatórios de inteligência financeira de Bolsonaro e de sua esposa, Michelle.

 

“Com a minha atitude, estou buscando proteger aqui a minoria, porque é digno. Respeitar a minoria é a alma do parlamento, e não posso admitir que sejam aprovados os requerimentos que desejam apenas a maioria”, declarou o presidente da CPMI, Arthur Maia. 

 

Com a rejeição do requerimento da Força Nacional, a CPMI tem agora apenas mais um depoimento agendado. Na próxima quinta (5) a comissão vai receber o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, do Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Ele participou da defesa do Palácio do Congresso Nacional no dia dos ataques antidemocráticos às sedes dos três Poderes, e foi agredido pelos manifestantes, assim como a cabo Marcela Pinno, que já foi ouvida pela CPMI.

 

Na semana que vem, por conta do feriado, não deve ser realizada reunião da CPMI. Com isso, a comissão se reunirá apenas no dia 17, para leitura do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Parlamentares da oposição anunciaram que também apresentarão voto em separado. Segundo o deputado Arthur Maia, na reunião entre os membros comissão será fechado um acordo de procedimentos para que os pareceres da relatora e da oposição sejam lidos no mesmo dia.