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Ailton Krenak toma posse da 5ª cadeira na ABL

Por Redação

Foto: Divulgação / ABL

O filósofo, poeta, escritor e ambientalista Ailton Krenak tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta sexta-feira (05) no Petit Trianon, sede da instituição, na cidade do Rio de Janeiro. Ele é o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL. Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Minas Gerais, Krenak ocupa a 5ª cadeira, cujo patrono é o romancista Bernardo Joaquim da Silva Guimarães. 

 

Ailton Krenak foi eleito por 23 votos, superando a historiadora Mary Del Priore e o indígena Daniel Munduruku, que disputaram a vaga com a morte de José Murilo de Carvalho, em agosto de 2023. A cerimônia de posse contou com a presença de autoridades como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a presidente da Funai, Joênia Wapichana, e o representante do ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena.

 

"Espero que o Brasil inteiro, os outros brasileiros, possam entender que nós estamos virando uma página da relação da ABL com os povos originários. Eu já disse que venho para cá para trazer línguas nativas do Brasil para um ambiente que faz a expansão da lusofonia", afirmou Krenak, antes da posse, nesta sexta.

 

Krenak afirma que uma de suas intenções participando da academia como "imortal" é convidar a ABL para criar uma plataforma que tenha uma experiência parecida com a da Biblioteca Ailton Krenak, disponível para quem deseja ter acesso a centenas de imagens, textos, filmes e documentos. As informações são do G1. 

 

“Poderíamos fazer isso com todas as línguas nativas. Teria tudo a ver com a Academia Brasileira de Letras incluir mais umas 170 línguas além do português. Se olhamos os acervos que já existem, o Museu do Índio tem um acervo muito antigo de registros de narrativas, algumas delas só na língua materna. Vamos traduzí-las com uma tradução simultânea e as pessoas vão poder ouvir. Podemos fazer isso junto com todas as etnias que estão envolvidas no resgaste linguístico. A UNESCO declarou essa década, a segunda década das línguas indígenas. Podemos chamá-la para dar um pouco mais de publicidade junto com a ABL, porque quando está na web, está no mundo, deixa de estar apenas no site. A ideia é priorizar a oralidade, e não o texto. O que ameaça essas línguas é a ausência de falantes”, ressaltou. 

 

Ailton Krenak nasceu em 1953 em Minas Gerais, na região do vale do rio Doce. É ativista do movimento socioambiental e defensor dos direitos dos povos indígenas, participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI).