Hilton chama de “miragem” reajuste de 4% e critica decisão de barrar acesso à galeria da AL-BA: “Autoritário e perigoso”
Por Carine Andrade / Anderson Ramos
O deputado Hilton Coelho (PSOL) subiu o tom contra o reajuste salarial para os servidores do estado de 4% aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) em sessão nesta terça-feira (28). Ao Bahia Notícias, o psolista classificou o aumento como uma “miragem”.
“É uma perda, de 2015 para cá, de 54,25%. Segmentos do serviço público aceitaram discutir 10% porque o Dieese fez o cálculo em relação ao orçamento do governo. Então elas aceitaram discutir os 10% mesmo considerando as perdas de 54%. O governo, na prática, vem com uma proposta que o impacto real vai ser de 2,6%. É uma miragem de 4% porque é 2% de maneira imediata e 2% só em setembro”, explicou o parlamentar.
Mais cedo, Hilton foi ovacionado ao defender que o PL não deveria ser votado hoje e que seria preciso amadurecer a discussão.
ACESSO À GALERIA
Outro assunto que rendeu críticas de Hilton Coelho foi a decisão do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), de bloquear o acesso dos servidores à galeria do local.
“Ter a galeria fechada para a população, ao meu ver, significa afogar o próprio sentido do parlamento como a casa do povo”, iniciou Hilton. “No Congresso Nacional, nas Câmaras de Vereadores, elas têm um papel muito importante, que garante minimamente uma sinergia entre parlamentares e população. E o que a gente viu foi um método extremamente autoritário e perigoso. Se isso virar uma tradição na Casa, essa Assembleia Legislativa vai virar um espaço hermeticamente isolado da nossa população”, continuou.
Sobre a não ocupação das galerias, o presidente defendeu a decisão da Mesa Diretora e lembrou do tumulto ocorrido na sessão do último dia 21, quando estava prevista a votação do reajuste.
“Esta é a casa da democracia, mas também do trabalho. Os manifestantes puderam acompanhar a sessão nas salas das Comissões e no auditório, que estão equipados com telões. A TV Alba transmitiu tudo, ao vivo. O que está acontecendo hoje aqui não é uma ação, mas uma reação ao ocorrido na última sessão deliberativa, quando muitos parlamentares foram impedidos pelas galerias de exercer o direito de defender suas posições. Se o professor trabalha na sala de aula, os deputados devem ter a liberdade trabalhar no plenário”, argumentou o chefe do Legislativo estadual.