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Ricardo Alban diz que manutenção da taxa de juros penaliza a economia e prejudica geração de emprego e renda

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Edu Mota / Brasília

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, é preocupante e penaliza a economia brasileira, já que trabalha contra a geração de emprego e renda para os brasileiros. A opinião é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. 

 

Na noite desta quarta-feira (31), os membros do Copom decidiram, por unanimidade, manter os juros básicos da economia no mesmo patamar de 10,5% ao ano atingido na reunião anterior, em junho. Naquela ocasião, o comitê interrompeu o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano.

 

Para Ricardo Alban, a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano mantém o Brasil como um dos países que possui as maiores taxas de juros real do mundo. Essa situação, segundo o presidente da CNI, propicia parte significativa do alto custo do crédito no país, e implica ainda em severas restrições à atividade econômica brasileira.

 

“Esperamos que a Selic volte a ser reduzida o quanto antes. A retomada de cortes é fundamental para a redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Caso contrário, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos empregos e renda”, afirmou o presidente da CNI.

 

A entidade defende que mesmo que fosse decidido pelo Banco Central um corte de 0,25% na Selic, baixando a taxa para 10,25% ao ano, os juros reais (que desconsidera os efeitos da inflação esperada para os próximos 12 meses) seriam de 6,2% ao ano. Ou seja, a Selic, estaria 1,5 ponto percentual acima da taxa de juros real neutra – aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica, estimada pelo Banco Central em 4,75% ao ano – sendo compatível com o atual quadro inflacionário.

 

Para a CNI, ainda que houvesse um corte de 0,25%, o Brasil seguiria ocupando a incômoda terceira posição entre as maiores taxas de juros real do mundo. E a manutenção da Selic em 10,5%, de acordo com a CNI, mostra seus reflexos no comportamento do mercado de crédito e da atividade econômica. 

 

“A Selic alta eleva o custo de captação dos recursos para as instituições financeiras. Para piorar, essas instituições ofertam crédito com spread bastante elevado. O Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, sendo mais um fator que encarece empréstimos e financiamentos. Somando isso à baixa oferta de crédito, há uma situação bastante adversa, tanto para os consumidores, que precisam de crédito para comprar bens de maior valor, quanto para as empresas, que precisam de crédito para investir, inclusive no âmbito do processo de neoindustrialização”, afirma comunicado da Confederação Nacional da Indústria.

 

Com a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 10,5%, o Brasil caiu da segunda para a terceira posição no ranking mundial de juros reais. O juro real no Brasil está em 7,36% ao ano, valor inferior ao da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%). Esse patamar coloca o Brasil distante da taxa média de juros entre as 40 economias mais relevantes, que é de 0,67% ao ano.