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Parlamentares e associações de eventos e turismo defendem manutenção do Perse e criticam governo

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Edu Mota

A declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) teria aberto margem para lavagem de dinheiro, superfaturamento e atividades ilícitas, irritou diversos parlamentares. Em um evento que reuniu na Câmara mais de 500 representantes de entidades e pessoas ligadas ao setor de eventos e turismo, deputados e senadores defenderam a manutenção do programa e criticaram as declarações sobre fraudes. 

 

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), autor do projeto que criou o Perse, chegou a marcar uma reunião com o ministro Haddad, na tarde desta quarta-feira (7), para tentar conversar sobre o assunto. O ministro, porém, desmarcou o encontro, alegando compromissos na agenda interna da pasta. 

 

Carreras foi um dos principais oradores no evento desta quarta na Câmara, e disse que ao cancelar uma reunião pela segunda vez, o ministro da Fazenda não deu espaço aos parlamentares para apresentarem seus argumentos em defesa da manutenção do programa. 

 

A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), que também participou do evento, disse que apresentou requerimento para convidar o ministro da Fazenda a apresentar os números de irregularidades sobre o Perse sinalizados pela pasta. “Que ele venha ao Senado e explique esses números que estão falando sobre o Perse. O deputado Carreras pede explicações desde o ano passado sobre os dados que ele tem falado, e até agora nada nos foi apresentado”, afirmou a senadora.

 

No ato que reuniu mais de 500 pessoas na Câmara, parlamentares e representantes de dezenas de entidades defenderam que seja respeitada a vontade do Congresso, que aprovou a prorrogação do programa emergencial até 2025. O movimento pressiona o governo a revogar a medida provisória 1202/2023, que impôs o fim do benefício, assim como estabeleceu a reoneração da folha de pagamento dos 17 setores beneficiados. 

 

 

Nos diversos discursos durante o evento chamado de “Sim ao Perse”, foi destacado que o Perse foi uma grande conquista do Congresso e da área de eventos e turismo, criada como medida de socorro e impulsionamento de recuperação do setor mais afetado pela pandemia da Covid-19. 

 

Foi o caso do ex-deputado federal e atual secretário de Turismo do governo de São Paulo, Roberto de Lucena, que esteve no ato e falou da importância do setor para a economia brasileira. Segundo Lucena, as empresas de eventos e turismo geram muitos resultados para o país, e por isso o Perse foi o mais bem sucedido programa de recuperação setorial já empreendido. 

 

“Não podemos permitir que uma injustiça seja cometida neste momento”, disse Lucena, ao defender que o Congresso derrube a medida provisória que acaba com o Perse. 

 

Durante o evento, o deputado Felipe Carreras anunciou que o manifesto em prol da manutenção do Perse já havia sido assinado por 270 deputados e 35 senadores. “O Perse significa a salvação dos empregos no Brasil”, disse Carreras em seguida, sendo bastante aplaudido. 

 

Panfletos distribuídos na entrada do auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, apresentaram números sobre o sucesso do programa desde que foi sancionado. Segundo o documento, o Perse gerou mais de R$ 28 bilhões em renegociações fiscais; os setores beneficiados pelo programa apresentaram estimativa de consumo de R$ 118,4 bilhões em 2023; o setor gerou mais de 234 mil empregos no ano passado; são mais de 3,7 milhões de postos de trabalho garantidos por empresas que representam 4,5% do PIB brasileiro. 

 

Os panfletos afirmam ainda que o fim do Perse, como quer o governo Lula, pode retirar da economia brasileira entre R$ 120 a R$ 244 bilhões por ano. “O corte de gastos pretendido pelo governo não chega aos pés da catástrofe social que o fim do programa vai gerar. Fica Perse!!”, diz a peça publicitária.